Na etimologia da palavra Museu, do latim MUSEUM, derivado do grego MOUSEION, reportamo-nos ao que é “próprio das musas”. Da semiologia da expressão, temos por entendimento a referência básica ao Templo, ou seja, onde residem as musas e divindades gregas que inspiravam diversas formas de arte. Outrossim, esta definição, embora seja o alicerce fundamental para o entendimento das atividades de um museu na comunidade em que está inserido, não deve nos impedir de analisar com atenção as transformações no tecido social que trouxerem outras maneiras de compreender a atuação do Museu em nossos dias.
Muito além de salvaguardar seus acervos e comunicá-los, os museus, desempenham um papel importante e estratégico para transformação social. E a educação ocupa lugar de destaque nesse aspecto.
Entendendo os objetos museológicos e as narrativas expográficas como ferramentas de trabalho, a divisão de educação, ou o setor educativo de um museu, tem como principal papel atuar como um agente facilitador nos processos experimentados pelo visitante diante do acervo. Por este motivo, a maior parte do trabalho de um educador em um museu consiste em criar estratégias de mediação que proporcionem ao visitante autonomia sobre o conhecimento que deseja construir. Por isso, se faz necessário constituir e consolidar abordagens que investiguem as instituições com ênfase nos objetos museológicos, no espaço arquitetônico, e área do entorno, buscando proporcionar uma experiência única de vivência e aprendizado para o público.
Com relação a mediação, um método que se apresenta como relevante caminho ao educador de museu é a busca por explorar a potência dos conceitos que os itens do acervo carregam, especialmente a partir de observações feitas pelo próprio visitante. Deste modo, o mediador trabalha com as possibilidades de interpretação, que retiram o visitante de sua posição de mero expectador e o traz para o centro deste processo. Por este motivo, existe uma dedicação especial nas pesquisas realizadas pelo educativo de um museu em desenvolver abordagens que vão além das características elementares da instituição, propiciando aos interlocutores inquietações que permitam a compreensão de contextos políticos, sociais, culturais e até mesmo acerca das predileções estéticas que cada indivíduo carrega consigo.
Portanto, em espaços não formais de educação, os processos tendem a ser mais abertos e as estruturas menos rígidas na dinâmica de ensino e aprendizagem. Isso ocorre porque é fundamental se apropriar da ideia de que a experiência museológica, ou seja, o ato de se adentrar em um museu e estar presente durante este processo, prevalece em relação à mera explanação de informações, privilegiando a experiência do visitante ao espaço como prática libertadora de aprendizagem.
Sendo assim, é interessante pensar que, muito além de um templo onde repousam as musas adornadas por sacrifícios intelectuais, o museu sinaliza um território educador, como um marco no tecido urbano da cidade, que anuncia a extensão de suas práticas à dimensão humana de cada indivíduo.